Debaixo da Pele: Como a anatomia nos une a outros Animais
- Victória Teodoro Macarie

- 10 de out.
- 3 min de leitura
Quando pensamos em anatomia, lembramos de ossos, músculos, órgãos, sistemas, todas as coisas que formam um ser vivo, mas raramente relacionamos com o nosso dia a dia. Logo pela manhã, quando acordamos podemos observar como à anatomia está presente, ao abrirmos os olhos ou quando sentamos na cama, fazemos o uso de diversos músculos e ossos, enquanto na parte mais interna do nosso corpo, vários sistemas trabalham para manter o funcionamento do nosso corpo. E quando observarmos uma ave voando ou um cachorro correndo, será que a anatomia está presente? Com toda certeza, com músculos, ossos e nervos e toda uma complexa rede de sistemas trabalhando em conjunto em diversas funções para que possam voar ou correr.
E se falarmos que muitos animais possuem uma anatomia semelhante ao do ser humano, você acreditaria? E é isso que vamos ver nesse texto. Para conseguirmos relacionar melhor as semelhanças entre diferentes animais, vamos usar como exemplo os morcegos e as baleias comparadas aos seres humanos, vamos lá!

Para entendermos como os animais podem ser semelhantes aos seres humanos, vamos nos aprofundar em como chegamos a esse tipo de conclusão. Primeiro, você sabe o que é anatomia comparada? Como diz o nome, essa é uma matéria da biologia, que consiste em analisar duas ou mais espécies e buscar semelhanças no desenvolvimento ou partes do corpo dessas espécies. Tendo como objetivo traçar uma “linha” de parentesco entre eles.
Para nos situarmos melhor sobre essa similaridade, temos que falar sobre órgãos homólogos e análogos. Muitas espécies possuem órgãos semelhantes, sendo separados em homólogos e análogos.
Quando falamos em órgãos homólogos, o que você pensa? Se analisarmos a etimologia da palavra, vemos que homólogo vem do grego homológos (homos= igual + logos= razão) que significa correspondente, nesse sentido, órgãos homólogos possuem uma mesma origem evolutiva/embrionária, alguns exemplos muito vistos são as asas de morcegos, os braços humanos e as nadadeiras das baleias. As diferenças entre esses membros se desenvolveram a partir da evolução de cada espécie, como adaptações para o ambiente e modo de vida de cada grupo. Portanto, estruturas homólogas possuem uma origem semelhante, mas podem apresentar funções diferentes.

Por outro lado, os órgãos análogos, do grego análogos (aná= de acordo = logos= razão) que significa semelhante, possuem origens evolutivas diferentes, mas têm a mesma função. Como, por exemplo, as asas de uma ave comparada com as de um inseto, isso ocorre quando diferentes espécies, mesmo sem algum parentesco, desenvolvem membros semelhantes, para realizarem a mesma função.

Agora que sabemos o que são órgãos homólogos e análogos, vamos utilizar alguns animais para comparar à anatomia. O primeiro grupo são os morcegos, eles são pequenos mamíferos voadores da ordem Chiroptera (grupo que possui uma fina membrana entre os dedos). Eles podem se alimentar de frutos e frutas, insetos, pequenos vertebrados e algumas espécies podem ser hematófagas (se alimentam de sangue).

O segundo grupo são as baleias, um grande grupo de mamíferos placentários (possuem placenta), consideradas os maiores mamíferos e totalmente aquáticos. São divididas em duas subordens, sendo Myscticeti (possuem barbatanas) e as Odontoceti (possuem dentes).
Quando pensamos em ambos grupos, podemos nos questionar onde são semelhantes com os seres humanos, além de serem mamíferos, realmente quando estudamos por cima podemos não ver nenhuma similaridade, até aprofundarmos na anatomia interna.

Ao analisarmos a imagem podemos ver as semelhanças que estão presentes em ambas espécies. Como as asas do morcego e as nadadeiras da baleia possuem os mesmos ossos dos braços dos seres humanos, como úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo e falanges, mas em tamanhos diferentes. Por mais que eles tenham essa semelhança, cada membro foi adaptado para suprir uma necessidade diferente, por isso são considerados órgãos homólogos.

Com esse texto, podemos observar como a anatomia está constantemente presente em nosso dia a dia, em cada ação e movimento realizado, em cada animal que observamos, até mesmo nas partes que não vemos, como o coração bombeando sangue, no momento em que respiramos, ela está presente em tudo. Com isso, percebemos o quão semelhantes nós, seres humanos, somos com outros animais. Então estamos certos em afirmar que muitos animais, por mais inusitados que possam ser, possuem muitas características parecidas, embora possam ter funcionalidades distintas. Por fim, compreendemos, também, que é de suma importância o estudo da anatomia comparada, para traçarmos linhas de parentesco entre diversas espécies.

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